segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Arte=Engenho

 
No âmbito da disciplina de Desenho, realizei um estudo que se concretizou na execução de uma “pintura” feita à base da sobreposição de fita cola castanha que é vulgarmente utilizada para o embalamento.
Esta técnica foi desenvolvida por um artista (um arquitecto) bielorrusso chamado Mark Khaisman, que aliou o seu trabalho artístico a uma paixão sua pelo cinema, especialmente pelos grandes clássicos, recriando as cenas desses filmes nas suas obras.
O seu trabalho baseia-se na sobreposição de fita cola castanha numa placa de PVC branca retro iluminada. Sobrepondo pedaços de fita, e depois aplicando-os sobre um painel iluminado, ele recria os efeitos de luz e sombra de cada cena.
Eis o exemplos de alguns dos seus trabalhos:
ani and sofie
frame 20
frame_13
untitled_8_red square on a light box 2009
frame_8 2008
Depois de analisar o trabalho do autor, parti para a execução. Não é uma técnica fácil, mas o facto de estar a tentar imitar o autor com base num trabalho já concebido facilita muito as coisas, pois não tenho de estar preocupado em criar algo novo que seja produto da minha imaginação (que é o mais difícil!).
Eis o resultado final.Para um trabalho de principiante, acho que não está nada mau:
1-Original
trabalho escolhido

2-Cópia
Copia de Autor_JoaoGama_a3679

Manifesta[TE]

O presente trabalho, intitula-se “Fast forward your life” (que em português significa “avança rapidamente na tua vida”) e é a minha frase manifesto, já que nesta fase da minha vida, eu precisava que a vida avançasse uns anos e que eu me encontrasse a já com o curso de Design Gráfico e a trabalhar na área.

Mas o significado da frase e do trabalho não se fica por aqui. A metáfora visual que construí, utilizando uma cassete de áudio, tem a ver com o meu gosto pela música e com o facto de eu ter vivido a minha adolescência à volta dessas mesmas cassetes, quer para ouvir música, quer para poder carregar os jogos no meu computador ZX Spectrum (que hoje é uma peça de museu).

Sinto que a vida de hoje em dia é muito exigente com o tempo, tudo está em constante mudança, nada permanece igual e nós temos de fazer um esforço muito grande para sermos actuais, caso contrário ficamos para trás (mais parecemos umas máquinas…uns computadores que precisam de constante actualização).

FotoStencilFinal Fast Forward Your Life - trabalho realizado em stencil.

Coloquei por baixo da frase manifesto o intervalo de anos 2008/2011, cujo significado explica-se facilmente: é o tempo de duração da licenciatura de Design Gráfico, iniciada a 2008 e a terminar em 2011 (se tudo correr bem!).

Quanto à tipografia, optei por usar o tipo “Impact” porque, ao encurtar o espaço entre caracteres e ao balançar as letras no seu eixo consegui dar um ar mais expressivo ao stencil, um ar de  Rock n’ Roll, que combina em perfeição com o grafismo de cassete de áudio.

fastforward Trabalho em negativo (formato digital).

Projecto " À flor da pele" reconhecido no site PontoD

“No contexto de uma licenciatura em design gráfico, considera-se que a fotografia encontra razão de ser em dois fundamentos:
— por constituir um elemento que, enquanto imagem, é, tal como o texto, um ingrediente fundamental no trabalho do designer gráfico;
— por ser um meio visual que, pela sua importância cultural e capacidade expressiva, representa uma ferramenta de comunicação importante, como expressão pessoal ou comunicação utilitária.
Nesse sentido, incluir-se-ão fotografias da autoria do aluno ou de outrem, para fins de composição gráfica. Os objectivos principais da disciplina são os seguintes:
— transmitir os fundamentos do sistema fotográfico;
— exercitar o aluno na operação de captação de imagens;
— praticar o tratamento digital básico;
— estimular no aluno a capacidade de análise de imagens fotográficas;
— divulgar um conhecimento básico da história da fotografia.
Pretende-se assim ajudar a preparar o aluno para operar no mercado de trabalho, sendo possuidor de capacidades de concepção, captação, tratamento e manipulação das suas próprias imagens, bem como de capacidades de análise, escolha, edição e argumentação das suas imagens ou de imagens de outrem.

Descrição:
O exercício consistia na criação da capa de um livro fictício intitulado “À Flor da Pele”, cuja interpretação estava a cargo do aluno, sendo condição única que o mesmo empregasse imagens captadas no exercício anterior de fotografia de nu.”

Fonte: Revista PontoD - http://www.ipca.pt/pontod/?p=361

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Unglourious Basterds – ao estilo de um cartaz de propaganda da 2ª Guerra Mundial


O cartaz, a par da rádio, no período da 2ª Guerra Mundial, tornou-se numa das principais armas de persuasão por meio de propaganda.
Na sua concepção, produção e utilização, o cartaz era acessível e de baixo custo, passando a ser um meio bastante explorado. O cartaz podia ser colocado em qualquer local, 0 que permitia uma disseminação da informação de uma forma muito rápida, eficaz. Para a produção dos cartazes, usou-se uma nova técnica de impressão, que permitiu a produção de posters em massa. Refiro-me à impressão em offset fotográfico, muito semelhante ao offset das revistas e jornais.
A utilização da fotografia, como técnica de ilustração, foi outra inovação. Esta nova técnica, para além de permitir uma manipulação da imagem através do corte e da montagem, deu uma importância documental aos posters.
Todos estes factores agilizaram e melhoraram a produção, a eficiência e a propagação dos posters de guerra. Por todas as razões já mencionadas, não surpreende que o poster tenha sido, a par com a rádio, um dos meios de comunicação mais importantes e mais utilizados durante a guerra, desempenhando um papel preponderante e vital para a vitória dos Aliados sobre os Nazis.
Com este espírito e após ter estudado os estilos e tipos utilizados nos cartazes da 2ª Guerra Mundial, concebi um cartaz para o filme de Quantin Tarantino intitulado “Unglourious Basterds”.
Inglourious Basterds Poster Remade

Ilustração – um elefante do imaginário infantil

Uma outra forma de expressão gráfica é a ilustração. É um tipo de expressão muito livre e pessoal, muito ligada ao imaginário de cada um.
O trabalho de ilustração pode ser realizando a qualquer técnica de expressão visual que sirva para transmitir ou ilustrar uma ideia ou um texto. Neste sentido, tentei recriar um elefante voador, leve como uma nuvem e que tivesse asas de anjo (para não usar o cliché do Dumbo do Walt Disney). Resolvi recorrer à montagem fotográfica para dar um ar mais real à coisa, e assim foi.
Depois de investigar a forma do elefante, os tipos de espécies existentes, os seu esqueleto e estrutura interna, pus a mão à obra.
Criei o meu elefante do zero, baseado nos meus estudos. Para isso fiz uma estrutura de arame e papel que cobri posteriormente com algodão. Apresento-vos o meu elefante:
20091106_4073
Depois de construir o elefante, fui para a minha varanda tirar umas fotos, com nuvens, para poder incorporar o meu elefante nessa paisagem:
20091123_4362
Nesta fase, o trabalho estava já quase completo. Em muitas situações, para um Designer Gráfico, uma boa fotografia pode ser o item fundamental para a conclusão de um óptimo trabalho.
Assim, apenas tive de realizar ligeiras alterações na fotografia tirada, na qual removi o ferro que suportava o elefante e os prédios que ficaram registados na parte inferior da fotografia.
Depois tive de aclarar o elefante e puxar o brilho nas zonas de luminosidade do elefante, para que este se confundisse com as restantes nuvens, criando assim a ilusão de que o meu elefante era mesmo uma nuvem. Eis o resultado final:
ilustração_final_elefante

Caligrafia como meio de expressão

Para concretizar este estudo optei por recriar a imagem da Pró-Memória, uma associação cultural e etnológica criada em 10 de Abril de 1997  e sediada em A-dos-Cunhados, concelho de Torres Vedras. A Pró-memória tem por objectivo a preservação e divulgação do património local e a promoção da cultura.
Numa fase inicial, fiz vários testes e estudos em papel, utilizando o aparo e a tinta da china. Após ter chegado a um resultado satisfatório, procedi à digitalização do documento para poder fazer ajustes no Adobe Illustrator e aplicar a marca no suporte escolhido, utilizando o Adobe Photoshop.
Após ter estudado vários tipos de caligrafia, optei por não imitar nenhuma em concreto. Assim, inspirando-me no que fui observando, tentei criar algo próprio e único, que reflectisse a identidade da Pró-memória. Tive como preocupação, a transmissão dos valores inerentes a esta instituição, como os valores da cultura, da história, do património. A ideia seria todos perceberem de que se trata de uma instituição séria, credível, com preocupações culturais e pela preservação do património local.
caLIGRAFIA2
A Pró-memória já tinha uma imagem de marca, que está ligada ao local  onde esta associação está sediada: uma azenha antiga que foi recuperada para se tornar a sede desta instituição. Esta mesma azenha, para além de ter servido de inspiração também faz parte do logótipo da associação.
Assim, reaproveitei a inspiração da azenha e criei para a imagem de marca com um grafismo obtido por meio da rotação do “P” caligráfico. Este grafismo representa, de forma simbólica, a roda de água da azenha.
Acrescentei um traço azul para representar a água que movimenta a roda da azenha. Esse traço cai em cascata formando o “m” da palavra memória.
caLIGRAFIA2
Por se tratar de uma associação ligada à cultura, optei por aplicar a marca num livro de capa dura, simulando uma impressão timbrada a dourado.
aplicação caligrafia

Tipografia Expressiva – exprimir uma música através da tipografia

 

A canção Guerrilla Radio é um original da banda norte americana Rage Against the Machine. Foi editada para o álbum Battle Of Los Angeles lançado em 1999. Com esta música a banda ganha, em 1999, o prestigiado prémio de música Grammy, na categoria “Best hard rock performance”.

As letras desta banda contêm uma crítica constante ao poder político instalado, em especial ao governo dos Estados Unidos, atribuindo à banda e ao seu vocalista e letrista Zack De La Rocha o estatuto de “guerrilheiros” da música.

Guerrilla radio

Guerrilla Radio caracteriza-se por ser uma música de intervenção que incita o público à revolta contra as injustiças, contra a manipulação do poder político e da opinião pública, contra as elites do poder que na música são apelidadas de “abutres sedentos de sangue e petróleo”. Este espírito de revolta e inquietude serviu de motivação e inspiração para a concretização da presente proposta.

Para transmitir o ambiente pesado e sério da música, optei por seleccionar uma tipografia serifada em Bold, a Rockwell, que foi criada em 1934 pela fundição Monotype. A produção e comercialização da Rockwell foi uma iniciativa de Frank Hinman Pierpoint.

As cores seleccionadas foram: O preto, pretende transmitir o peso e importância do tema bem como simbolizar a opressão e manipulação referidas na música. O  encarnado é a cor que simboliza o sangue e o suor da revolta e o branco, simbolizando o ar que veícula a mensagem que circula em ondas rádio, como sugere a canção.

Guerrilla radio2

As duas composições ocupam toda a folha para transmitir o ritmo ofegante da música. Para além do temática da letra ser muito séria, a melodia tem uma sonoridade bastante pesada, ao estilo do Rapp Metal. Assim, tentou-se criar um ambiente sério, negro e pesado, que transmitisse a inquietude da rebelião que é a essência da própria música.